A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar irregularidades nos empréstimos consignados dos servidores públicos estaduais de Mato Grosso está emperrada por disputas políticas internas na Assembleia Legislativa (ALMT). O entrave foi confirmado pelo presidente da Casa, deputado Max Russi (PSB), em entrevista concedida à imprensa.
Segundo Russi, a dificuldade na instalação da CPI se deve à disputa pela autoria do pedido entre os deputados Henrique Lopes (PT) e Gilberto Cattani (PL). Cada um conseguiu apenas quatro assinaturas, quando o regimento exige o apoio mínimo de oito parlamentares para viabilizar a comissão.
“Os dois blocos querem a CPI, mas, divididos, não conseguem instalá-la, porque cada um tem quatro assinaturas e, para abrir uma CPI, são necessárias, no mínimo, oito assinaturas”, explicou o presidente da Assembleia. “Se permanecer dividido, a chance de CPI é zero. Da forma como está, particularmente, não vejo como avançar”, completou.
Russi apontou ainda que o impasse não se dá por falta de vontade política, mas sim por interesses relacionados à presidência da possível CPI. “Eu não diria que é falta de diálogo. Eu diria que é a vontade de todo mundo de trabalhar muito e assumir a presidência, porque o que se discute, na verdade, é isso: quem for o proponente será o presidente da CPI”, avaliou.
A investigação, caso seja instaurada, tem como objetivo esclarecer denúncias sobre possíveis irregularidades envolvendo os consignados dos servidores estaduais — tema que tem mobilizado sindicatos e categorias do funcionalismo. Enquanto o PT e o PL seguem buscando apoio isoladamente, a expectativa de uma CPI concreta permanece distante.