Margareth Buzetti defende flexibilização no Bolsa Família e critica novos programas sociais

 

A senadora Margareth Buzetti (PSD) voltou a defender a reformulação das regras do Bolsa Família, propondo que beneficiários do programa possam ingressar no mercado de trabalho formal sem abrir mão imediata do auxílio. Segundo a parlamentar, o modelo atual desestimula a formalização, já que a contratação com carteira assinada resulta na perda automática do benefício.

Como alternativa, Buzetti sugere a criação de uma faixa de renda de transição, permitindo que trabalhadores mantenham o auxílio durante o processo de formalização. “A pessoa poderia contribuir com a previdência, gerar mais renda para si e para a economia”, afirmou a senadora em entrevista nesta quarta-feira (4).

Além disso, Margareth Buzetti criticou o recente pacote de medidas sociais lançado pelo governo federal, que inclui o relançamento do Vale Gás, o programa “Luz Para Quem Precisa” — voltado à isenção de tarifas de energia elétrica para famílias de baixa renda — e uma linha de crédito destinada a negativados. Os anúncios foram feitos na última segunda-feira (3), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante evento no Palácio do Planalto.

Para a senadora, essas iniciativas chegam em um momento de fragilidade fiscal e acabam onerando a população por meio de medidas compensatórias, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A crítica de Buzetti faz referência à medida provisória editada pelo governo, que eleva a alíquota do imposto em operações de crédito, câmbio e seguros para bancar os novos programas.

“Pra que vai lançar Vale Gás, se nós estamos com problema de caixa? O Brasil está com problema e dizendo que tem que cobrar IOF maior em um projeto que o Congresso não aprova e está lançando Vale Gás, Vale Luz, isenta as pessoas na energia… Quem que paga isso? Quem paga é o consumidor final”, declarou.

Buzetti também alertou para os efeitos imediatos da medida provisória, que já está em vigor, sobre o preço de produtos e serviços. “Se nós pagarmos mais caro o IOF, se qualquer empresário pagar mais caro o IOF — e já está pagando porque a MP já está valendo —, isso vai para o produto final. Então essas razões populistas, não concordo”, concluiu.

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