O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) afirmou nesta quarta-feira (4) que a deputada federal Carla Zambelli (PL) estaria sendo alvo de uma perseguição política que, segundo ele, forçou a parlamentar ao exílio. Em sua avaliação, o Brasil passa por um processo de implantação de uma “ditadura sem o uso da força”.
A declaração foi feita após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a prisão preventiva de Zambelli e solicitar à Interpol a inclusão de seu nome na Difusão Vermelha, usada para localizar foragidos internacionais.
“Ela está sendo perseguida e todo brasileiro sabe disso (…) Nós temos a implantação de uma ditadura, sem o uso de força, mas uma ditadura que está sim sendo implantada no nosso país”, declarou Cattani.
O deputado também se solidarizou com Zambelli e afirmou que há outros brasileiros vivendo no exterior por motivos semelhantes. “Hoje temos exilados políticos que amam e dedicam a vida ao nosso país, mas que precisam sair para não serem presos. Eu me solidarizo com ela e acho que precisamos rever essas questões no Brasil”, disse.
O caso Zambelli
No dia 14 de maio, a deputada federal Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pela Primeira Turma do STF. A condenação está relacionada à invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, com o objetivo de adulterar documentos oficiais.
Nesta terça-feira (3), em entrevista à CNN, Zambelli revelou estar nos Estados Unidos, com planos de seguir para a Itália, onde possui cidadania. Segundo a deputada, sua condição de cidadã italiana a tornaria “intocável” no país europeu. “Não há o que ele [Moraes] possa fazer para me extraditar de um país onde eu sou cidadã”, afirmou.