A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), ainda nem completou quatro meses à frente da administração municipal e já realizou oito trocas no primeiro escalão de sua gestão. As mudanças, que envolvem desde exigências legais até crises políticas internas, refletem a busca por ajustes administrativos e um cenário de disputa pelo poder local.
Entre as substituições, destaca-se a saída de Carlos Alberto Araújo, marido da prefeita e ex-secretário de Assuntos Estratégicos. Ele foi exonerado após a Câmara Municipal derrubar o veto da gestora a um projeto de lei que passou a exigir formação superior e experiência comprovada para o cargo de secretário municipal. O veto à nova legislação foi derrubado, o que resultou na saída de Araújo, que não atendia aos novos critérios.
Outro caso polêmico envolveu o bispo Gustavo Henrique Duarte Oliveira Silva, ex-secretário de Assistência Social. O bispo foi alvo de uma reprimenda pública pela primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, em um evento oficial, após um vídeo de 2020 viralizar nas redes sociais. No conteúdo, o bispo questionava o governador Mauro Mendes sobre possíveis benefícios políticos relacionados ao Resort Malai Manso. A repercussão do vídeo e as desavenças políticas culminaram em seu afastamento do cargo após ele se tornar alvo da Operação Fake News, deflagrada pela Polícia Federal.
Em meio a esse cenário, Flávia Moretti também promoveu ajustes políticos. O ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Samir Bosso Katamata, conhecido como Samir Japonês, assumiu a vaga de suplente de vereador e passou a liderar a base do governo na Câmara Municipal. No seu lugar, foi nomeado Mário Quidá Neto. Além disso, o vereador licenciado Lucas do Chapéu do Sol foi nomeado para a Secretaria de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana, substituindo Gerson Ronei Scarton Júnior, que foi exonerado após um curto período como titular da pasta.
Outras mudanças ocorreram na Secretaria de Administração e na Secretaria de Educação. A secretária de Administração, Nadir Martins Araújo, pediu exoneração sem a divulgação de motivos específicos. Na Secretaria de Educação, o padre Edson Sestari também pediu sua exoneração, alegando retorno às suas atividades na Associação Dom Aquino Corrêa (ADAC), sendo substituído pelo professor Cleiton Marino Santana, que atuava na Escola Técnica Estadual de Cuiabá.
A prefeita também promoveu uma alteração na presidência do Instituto de Seguridade Social dos Servidores Municipais de Várzea Grande (PREVIVAG), exonerando a servidora aposentada Maria Rosaine Toledo Rosa Ribeiro e nomeando a ex-vereadora e servidora de carreira Sumaia Leite de Almeida para o cargo.
Com essas mudanças, Flávia Moretti segue ajustando sua equipe, em meio a uma gestão marcada por desafios políticos e administrativos.
