Alemanha: vitória e crescimento recorde da extrema direita

 

Em meio a uma crise econômica e tensões geopolíticas, os alemães foram às urnas neste domingo (23/02) para definir a nova composição do Parlamento (Bundestag). O resultado apontou a vitória da União Democrata Cristã (CDU) e sua aliada bávara, a União Social Cristã (CSU), com 28,5% dos votos, consolidando Friedrich Merz como favorito para assumir a chancelaria e substituir o impopular Olaf Scholz.

Apesar da vitória, a CDU/CSU não obteve maioria absoluta entre as 630 cadeiras do Parlamento, o que exigirá negociações para formar um governo estável — um processo que pode levar semanas. Enquanto isso, Scholz segue interinamente no cargo, após amargar o pior desempenho do Partido Social-Democrata (SPD) em mais de um século, com apenas 16,4% dos votos.

A ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD) obteve 20,8% dos votos, tornando-se a segunda maior bancada do Bundestag e dobrando seu eleitorado desde 2021. No entanto, seu isolamento político impede a formação de alianças para governar.

O Partido Verde, que integrou a coalizão de Scholz, registrou 11,6% dos votos, seguido por A Esquerda (Die Linke), que, com 8,8%, reverteu a tendência de queda dos últimos anos. Já o Partido Liberal Democrático (FDP) ficou abaixo da cláusula de barreira de 5%, sendo excluído do Parlamento. O mesmo aconteceu com a nova legenda populista de esquerda Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), que ficou de fora por uma margem de apenas 13 mil votos.

Agora, as atenções se voltam para as negociações que definirão o futuro governo alemão. Com a CDU/CSU descartando qualquer aliança com a AfD, Merz terá que buscar apoio do SPD ou dos verdes para garantir uma coalizão viável.

 

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