Base de Lula se mobiliza para blindar Frei Chico em CPMI sobre fraudes no INSS

Integrantes da base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva já articulam uma estratégia para evitar a convocação e a quebra de sigilo de Frei Chico — irmão do presidente e atual vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) — na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Embora Frei Chico não seja formalmente investigado, sua proximidade com a entidade sindical, alvo de uma operação da Polícia Federal, coloca seu nome na mira da oposição. A PF apura um suposto esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS.

De acordo com o site Metrópoles, a ofensiva governista pretende conter tentativas da oposição de incluir Frei Chico na lista de convocados e de quebra de sigilo na CPMI, prevista para ser instalada em agosto, após o recesso parlamentar. A presidência ficará com o senador Omar Aziz (PSD-AM), aliado do Planalto. O relator ainda não foi definido.

Em 2023, o Sindnapi registrou recorde de arrecadação com mensalidades associativas descontadas diretamente dos benefícios de aposentados e pensionistas. Na ocasião, o sindicato justificou o aumento pelo crescimento no número de filiados e pela “qualidade dos benefícios”. A explicação não convenceu opositores, que alegam influência política e cobram apuração rigorosa.

“Nossa estratégia será mostrar a verdade, que [Frei Chico] não tem nada a ver com o peixe [desvios bilionários]”, afirmou o deputado Alencar Santana (PT-SP), titular da CPMI e um dos responsáveis pela defesa do irmão do presidente.

O PT indicou ainda Paulo Pimenta (PT-RS), ministro da Secretaria de Comunicação Social, como titular da comissão, além de Rogério Correia (PT-MG) e Orlando Silva (PCdoB-SP) como suplentes — o que, para adversários, reforça a suspeita de que o governo tentará controlar os rumos da apuração.

A oposição promete endurecer. “É inaceitável que bilhões sejam retirados dos aposentados enquanto figuras politicamente expostas estejam envolvidas ou próximas ao esquema”, disse um líder oposicionista, sinalizando embates à vista na comissão.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *