Durante a visita oficial à França entre os dias 5 e 7 de junho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou mais uma vez pelo tradicional InterContinental Paris Le Grand como local de hospedagem. O hotel cinco estrelas, localizado em frente à Ópera Garnier, no centro da capital francesa, é conhecido por abrigar chefes de Estado e celebridades.
As diárias variam de € 464 (cerca de R$ 2.980) nos quartos mais simples até mais de € 10 mil (R$ 64 mil) na suíte presidencial, que já foi ocupada por Lula e Janja em 2023. Embora a Presidência da República não tenha confirmado se o casal repetiu a escolha neste ano, a especulação reacendeu o debate sobre os custos de viagens oficiais.
A suíte mais cara do hotel tem 140 metros quadrados, dois quartos, sala de estar e decoração assinada pelo designer francês Pierre-Yves Rochon. Além do casal presidencial, integrantes da comitiva brasileira também estariam hospedados no mesmo local, onde os quartos médios superam os R$ 9 mil por noite. O InterContinental, contudo, oferece tarifas institucionais para autoridades em missão oficial.
Além de Paris, a viagem também inclui passagem por Nice, na Riviera Francesa. Parte da delegação está hospedada no famoso hotel Le Negresco, onde suítes com vista para o mar custam até R$ 36,5 mil por noite. O local possui praia privativa, restaurante estrelado no guia Michelin, spa e até serviço de limusine.
Apesar do padrão elevado, nem todos os membros da comitiva seguem o mesmo roteiro de luxo. Alguns parlamentares optaram por hospedagens mais econômicas, inclusive em casas de parentes.
O contraste entre os gastos e a realidade da população brasileira volta a ser motivo de críticas, especialmente entre parlamentares da oposição. O tema dos custos com viagens oficiais tem sido recorrente no debate político — e tende a ganhar mais repercussão com o avanço do calendário eleitoral.