Apps de jogos expõem crianças ao ódio; maioria dos pais ignora

Crianças e adolescentes estão cada vez mais expostos a discursos de ódio em jogos online e redes sociais — e, na maioria das vezes, os pais sequer desconfiam. Comportamentos racistas, homofóbicos, misóginos e conteúdos violentos têm se infiltrado de forma preocupante no cotidiano virtual dos jovens, muitas vezes sem qualquer tipo de monitoramento adulto.

Um levantamento recente mostra que 60% dos pais e responsáveis não utilizam ferramentas de controle ou monitoramento da rotina digital de seus filhos, mesmo diante do crescimento alarmante desse tipo de conteúdo.

De acordo com Thiago Tavares, presidente da Safernet Brasil, mais de 1 bilhão de crianças e adolescentes acessam a internet diariamente no mundo, sendo mais de 50 milhões só no Brasil. Ele alerta para um fenômeno cada vez mais presente: a radicalização digital precoce. “Essa tendência é mundial, mas no Brasil ela assume contornos muito graves”, disse em entrevista ao Metrópoles.

Segundo ele, três fatores explicam a propagação do ódio online: o funcionamento dos algoritmos das plataformas, que amplificam conteúdos extremos; a falta de supervisão familiar e escolar; e a ausência de políticas públicas eficazes de proteção digital.

A situação exige atenção urgente. Crianças estão sendo expostas não só a xingamentos e discriminação, mas também a conteúdos que promovem automutilação, violência contra minorias e extremismo ideológico.

A Safernet e outras organizações reforçam a importância do diálogo em casa e da instalação de recursos de monitoramento, além da participação ativa de educadores e do poder público para enfrentar o problema.

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