O clima entre os produtores rurais de Mato Grosso e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (PSD), está longe de ser harmonioso. Para o presidente da Aprosoja-MT, Lucas Beber, a ausência de posicionamento firme do ministro em temas sensíveis — como a Moratória da Soja — tem gerado frustração e descontentamento entre os que esperavam uma defesa mais ativa dos interesses do agronegócio.
“Esperávamos que um ministro oriundo de Mato Grosso tivesse um olhar mais atento para os desafios do produtor. Mas isso não está acontecendo”, afirmou Beber, em entrevista ao site Repórter MT. Segundo ele, a origem mato-grossense de Fávaro gerou expectativa de que o estado ganharia protagonismo nas decisões do governo federal, o que não se confirmou. “Na prática, ser do nosso estado não fez diferença alguma”.
A principal crítica da entidade recai sobre o silêncio do Ministério da Agricultura diante da crescente pressão ambiental sobre o setor. Para Beber, o fato de o Ministério do Meio Ambiente apoiar publicamente a moratória — que pode restringir ainda mais as exportações de soja — sem qualquer reação por parte de Fávaro é preocupante. “É uma ausência de enfrentamento. O ministro deveria defender o setor que representa, mas não vemos isso acontecer”, disparou.
A Moratória da Soja, que pretende estabelecer critérios mais rigorosos para a comercialização de grãos oriundos de áreas com desmatamento, tem sido alvo de debates acalorados entre ambientalistas e produtores. Para a Aprosoja-MT, o silêncio do ministro diante desse cenário representa uma quebra de confiança.
“Estamos enfrentando diversas dificuldades, e a sensação é de que estamos sozinhos. O ministro simplesmente não nos representa”, concluiu Beber.