Juros bancários sobem em março e cartão rotativo chega a 445% ao ano

As taxas de juros cobradas pelos bancos subiram para famílias e empresas em março, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Banco Central. O destaque ficou para o cartão de crédito rotativo, cuja taxa média avançou 2,5 pontos percentuais (pp) no mês, atingindo 445% ao ano — uma das mais altas do mercado.

Mesmo com a limitação imposta desde janeiro de 2024, que restringe os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, a taxa ainda não apresentou queda expressiva. Nos 12 meses encerrados em março, o aumento acumulado foi de 23,7 pp.

Entre as demais modalidades, os juros do crédito parcelado no cartão subiram 0,1 pp no mês, mas recuaram 9,6 pp no acumulado de 12 meses, chegando a 181,1% ao ano. Já no cheque especial para pessoas físicas, houve queda de 8 pp no mês, mas alta de 6,1 pp em 12 meses, fechando em 134,2% ao ano.

No crédito livre, a taxa média para famílias subiu 0,3 pp no mês e 3 pp no ano, alcançando 56,4%. Para empresas, o aumento foi de 0,8 pp em março e 3,5 pp em 12 meses, com juros médios de 24,6% ao ano. Destaque para o cheque especial empresarial, que disparou 9 pp no mês, chegando a 349,2% ao ano.

Já no crédito direcionado — com regras definidas pelo governo — os juros para pessoas físicas subiram 0,9 pp, atingindo 11,4% ao ano. Para empresas, o aumento foi mais expressivo: 4,7 pp no mês e 4,9 pp em 12 meses, alcançando 18,4%.

Considerando todas as linhas de crédito, a taxa média de juros ficou em 31,3% ao ano, alta de 0,9 pp em março e 3,1 pp em 12 meses. O movimento acompanha a elevação da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano, e cuja previsão do mercado é de alta para 15% até dezembro.

O estoque total de crédito concedido pelos bancos chegou a R$ 6,483 trilhões em março, alta de 0,6% em relação a fevereiro e de 9,9% em 12 meses. As concessões de crédito no mês somaram R$ 600,5 bilhões.

A inadimplência se manteve estável em 3,2% no mês, sendo 3,8% para pessoas físicas e 2,2% para empresas. O endividamento das famílias atingiu 48,2% da renda acumulada em 12 meses, enquanto o comprometimento da renda com dívidas ficou em 27,2%.

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