A Polícia Civil de Mato Grosso desencadeou, na manhã desta sexta-feira (4), a Operação Fruto Oculto, visando desarticular uma facção criminosa atuante no tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa na região norte do estado. Ao todo, estão sendo cumpridas 75 ordens judiciais em diversas cidades de Mato Grosso, além de São Paulo e Amazonas.
A facção utilizava empresas de fachada para ocultar dinheiro proveniente do tráfico de drogas, movimentando milhões de reais ilegalmente. A investigação da Delegacia de Paranaíta identificou os esquemas financeiros do grupo e suas lideranças, resultando na operação coordenada em conjunto com diversas forças de segurança.
Mandados e Bens Apreendidos
A ofensiva policial envolve:
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24 mandados de prisão preventiva;
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29 mandados de busca e apreensão domiciliar;
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4 suspensões de empresas usadas para lavagem de dinheiro;
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Bloqueio de 18 contas bancárias, totalizando R$ 50 milhões;
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Sequestro de bens, incluindo um apartamento em Cuiabá;
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Apreensão de veículos utilizados pela facção.
As ordens judiciais foram expedidas pela Quinta Vara Criminal de Sinop e são cumpridas em Paranaíta, Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Pontes e Lacerda e Terra Nova do Norte, além de São Paulo e Amazonas.
Esquema de Lavagem de Dinheiro
Durante as investigações, foi constatado que a facção utilizava quatro empresas de fachada para movimentar valores ilícitos. Dentre elas:
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Duas em Cuiabá;
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Uma em Várzea Grande;
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Uma em São Paulo.
Apenas uma das empresas, voltada ao comércio de artigos religiosos, estava em funcionamento. O Judiciário determinou a suspensão de suas atividades e a Polícia Civil fechou o estabelecimento. O suposto sócio da empresa de São Paulo, residente no Amazonas, também é alvo da operação.
A delegada de Paranaíta, Paula Moreira Barbosa, destacou que descapitalizar a facção criminosa é a estratégia mais eficaz no combate ao crime organizado.
“Atacamos os braços financeiros do grupo criminoso, atingindo diretamente os seus lucros e enfraquecendo sua atuação, tornando-os mais vulneráveis às ações do Estado”, afirmou.
Nome da Operação e Apoio Policial
O nome Fruto Oculto faz referência à tentativa da facção de disfarçar seus ganhos ilícitos por meio de empresas de fachada.
A ação contou com apoio das Delegacias da Regional de Alta Floresta e Guarantã do Norte, além de unidades especializadas da Polícia Civil, como:
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Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO);
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Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco);
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Delegacia Especializada de Narcóticos (Denarc);
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Gerência de Operações Especiais (GOE).
Em São Paulo e Amazonas, a operação teve suporte da Polícia Civil de Coari (AM) e da 6ª Delegacia de Facção e Lavagem de Dinheiro do DEIC (SP).