O promotor de Justiça Rinaldo Segundo afirmou que a bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, acusada de matar a adolescente grávida E.A.S., de 16 anos, deve ser levada a júri popular. O Ministério Público de Mato Grosso apresentou denúncia contra Nataly, que responde por feminicídio, ocultação de cadáver e outros seis crimes. Caso seja condenada, a pena pode ultrapassar 90 anos de prisão.
Em entrevista, o promotor rebateu o pedido de exame de sanidade mental solicitado pela defesa da ré, argumentando que Nataly tinha plena consciência de suas ações. “No caso dela, considero dispensável esse exame, porque ela demonstra claramente consciência do que fez”, afirmou Segundo. Ele também destacou que a bombeira se escondeu das câmeras ao deixar a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o que indicaria que ela estava ciente da gravidade do crime.
A denúncia contra Nataly foi aceita pela Justiça na última quinta-feira (28), e ela agora aguarda a próxima fase do processo. A defesa de Nataly tem dez dias para apresentar sua argumentação. Após isso, o Ministério Público iniciará a fase de instrução, reunindo provas e ouvindo testemunhas. De acordo com o promotor, há 15 pessoas que deverão ser interrogadas antes de a ré ser ouvida.
Rinaldo Segundo afirmou que, dado o contexto do caso, é praticamente certo que Nataly será levada a júri popular. “Acredito que ela irá a júri. Não tem como, em um caso desse, não ir a júri”, destacou.
O caso tem gerado grande repercussão devido à brutalidade dos crimes cometidos. Nataly atraiu a adolescente grávida para sua casa sob o pretexto de doar roupas para o bebê, mas acabou asfixiando a jovem, amarrando-a e retirando o bebê de seu ventre. O corpo da vítima foi enterrado nos fundos da residência de Nataly. Ela tentou se passar por parturiente em um hospital, mas exames comprovaram que ela não havia dado à luz recentemente.
A acusada foi presa no mesmo dia do crime, junto com seu namorado, que foi posteriormente liberado. Atualmente, ela segue detida em uma cela solitária na Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May.
Rinaldo Segundo ainda comentou a importância do reconhecimento do feminicídio no caso. “Nesse contexto de epidemia de feminicídios, precisamos reforçar essa proteção”, afirmou o promotor, destacando que a caracterização do crime como feminicídio é um passo importante na luta pela proteção das mulheres.